Brasão Arquidiocesano

Desde seus primórdios a Diocese de Campinas trouxe em sua Chancela uma cruz rodeada de três Flores de Lis (simbologia presente, inclusive, no brasão episcopal de cinco bispos da diocese), no entanto ainda não era firmado seu uso como representação heráldica própria.

Em preparação ao 14º Congresso Eucarístico Nacional em 2001, por sugestão do Côn. Álvaro Augusto Ambiel, Dom Gilberto Pereira Lopes instituiu o Brasão Arquidiocesano oficializando a simbologia da cruz com as Flores de Lis sobre um campo de esmalte azul. Entretanto, em 2004, logo da posse de Dom Bruno Gamberini verificou-se que o brasão havia sido confeccionado com uma imprecisão heráldica: fora alocada uma chave como suporte (símbolo de prerrogativa papal, não diocesana) onde poderia ser representada a cruz de Lorena, ou Patriarcal: a mesma apresentada dentro do campo. Feita a correção optou-se por suprimir a cruz do campo e alterar a disposição das Flores de Lis, o que resultou num conjunto elegante e, curiosamente, semelhante ao da família real francesa.

Em 2007 foi solicitado ao Pe. Rodrigo Catini Flaibam, heraldista eclesiático, que confeccionasse os símbolos para o centenário diocesano e redesenhasse o brasão arquidiocesano. A nova arte foi instituída por Dom Bruno Gamberini como o Brasão Oficial da Arquidiocese indicando pela primeira vez a explicação de sua representatividade, como mencionado a seguir:

Simbologia do Brasão Arquidiocesano

Esmalte Azul: Nossa Senhora da Conceição – Padroeira Arquidiocesana
Três flores-de-Lis em ouro: As Virtudes teologais, Fé, Esperança e Caridade
Cruz de Lorena ou Patriarcal: Sede Metropolitana
Mitra e Báculo: Pastoreio do Bispo, sucessor dos Apóstolos.

Chancela Arquidiocesana

Bandeira Arquidiocesana

 Possamos nós alegrar-nos com tua vitória e levantar as bandeiras em nome de nosso Deus. (Salmo 19,6)


Por ocasião da celebração do centenário diocesano e da solicitação da refeitura do brasão e dos símbolos para o jubileu, o Pe. Rodrigo Catini Flaibam sugeriu, também, a confecção de uma bandeira. A bandeira foi oficializada por Dom Bruno Gamberini em 10 de abril de 2008.

Para a concepção da bandeira da Arquidiocese de Campinas, foi seguida a tradição da vexilologia, e procurou-se refletir, no seu conjunto os aspectos que constituem a representação simbólica da diocese, em conformidade com sua heráldica. A bandeira traz em seu centro a cruz de Lorena (patriarcal) e o escudo da Arquidiocese sobre um gironado de azul celeste e branco dividido em oito partes. O escudo ao centro recorda a Catedral Diocesana e a cidade de Campinas. A cruz o ministério e pastoreio do bispo reunido com seu clero e todos os fiéis. Os oito girões recordam as outras cidades que compõem a arquidiocese e as oito foranias. Ainda, seu formato triangular simboliza a família humana, Igreja doméstica e a família divina, a mais perfeita, composta por Deus Pai, Filho e Espírito Santo, que, sobretudo, após o Concílio Vaticano II se constituíram como o modo de ser da Igreja nos tempos modernos, uma Igreja de comunhão e participação. O azul celeste com o branco do gironado simbolizam a água batismal e a missão dos cristãos católicos da Igreja de Campinas.

A Heráldica Eclesiástica

 

 

Heráldica Eclesiástica é a tradição da heráldica desenvolvida pelo clero cristão. Inicialmente usado para marcar documentos através dos selos, evoluiu como um sistema de identificação do clero, dioceses e paróquias.

Desde os tempos medievais, os brasões tornaram-se de uso comum para os guerreiros e para a nobreza e, por conseguinte foi-se desenvolvendo uma linguagem bem articulada que regula e descreve a heráldica civil. Paralelamente, também para o clero se formou uma heráldica eclesiástica. Ela segue as regras da civil para a composição e a definição do escudo, mas coloca em redor símbolos e insígnias de carácter eclesiástico e religioso, segundo os graus da Ordem Sacra, da jurisdição e da dignidade.

Os brasões entram na vida cotidiana da Igreja especialmente através dos selos. Antes mesmo de a heráldica nascer o modo comum de assinar e autenticar um documento foi estabelecido pelo uso dos selos que, por direito e ofício, tanto os nobres como os clérigos fizeram uso.

Com o advento da arte brasonária os selos que anteriormente traziam iniciais ou alguma imagem, naturalmente foram, também, trazendo a linguagem própria da heráldica.

O Código de Direito Canônico de 1917 dedicou inúmeros cânones que regulamentavam a exigência e uso dos selos (seja o seco ou em cera) nos documentos e ofícios eclesiásticos (Cân. 381, 382, 450, 470, 545, 1287, 1643, 1715, 2041, 2055, 2056, 2063, 2073, 2360, 2362). Apesar de o novo Código de 1983 não mencionar especificamente a exigência do selo nos documentos curiais, indica a exigência do mesmo nos documentos paroquiais (Cân. 535). Embora não expresso especificamente, o costume já consolidado até 1917 e desde então normatizado permanece tradicionalmente até os dias atuais.

Diversos documentos pontifícios mencionam e regulam o uso da tradição heráldica na Igreja. Destacamos a Carta Apostólica “Inter Multiplices curas” do Papa São Pio X de 21 de fevereiro de 1905 e a Instrução “Istruzione sulle vesti, i titoli e gli stemmi dei cardinali, dei vescovi e dei prelati inferior” do Papa Paulo VI de 31 de março de 1969.

Neste volume (Armorial da Arquidiocese de Campinas. ASSCOM, Campinas, 08 de dezembro de 2010, 16p.) reunimos e apresentamos o Armorial da Arquidiocese de Campinas, ou seja, o conjunto de brasões de toda a arquidiocese: bispos, paróquias e principais organismos. Também, junto às paróquias, apresentaremos um arquivo digital com as mesmas artes para os diversos usos e finalidades.

Setor Imprensa da Arquidiocese de Campinas
Pe. Rodrigo Catini Flaibam – Assessor e Heraldista Eclesiástico