Dom Bruno Gamberini †
4º Arcebispo Metropolitano de Campinas - 2004 a 2011 - 6º Bispo de Campinas - Bispo de Bragança Paulista, SP
Nasceu em Matão, SP, no dia 16 de julho de 1950, festa de Nossa Senhora do Carmo e Ano Santo do Dogma da Assunção. É filho do Sr. Armando Gamberini (falecido em 1987) e da Sra. Tirsi Castellani Gamberini, terceiro filho entre um irmão e três irmãs. Foi batizado, crismado e recebeu a Primeira Eucaristia na Matriz do Senhor Bom Jesus de Matão.
Completou o curso primário no Grupo Escolar Estadual “José Inocêncio da Costa” e na Escola Estadual “Prof. Henrique Morato”, em Matão. Completou o segundo grau e a Filosofia no Seminário Diocesano de São Carlos (1968-1970) e Teologia no Studium Theologicum, filiado à Universidade Lateranense de Roma, em Curitiba, PR (1971-1974). Cursou, ainda, Canto Coral e regência, na Pró-Música de Curitiba.
Foi ordenado Diácono na Catedral de São Carlos em 02 de dezembro de 1973 e Presbítero na Matriz do Senhor Bom Jesus de Matão, no dia 11 de dezembro de 1974, por Dom Constantino Amstalden, Bispo da Diocese de São Carlos. Como Padre foi Coordenador de Estudos e Professor de Filosofia (1975-1977) e Reitor da Filosofia (1991-1995); Coordenador Diocesano da Pastoral da Diocese de São Carlos (1978-1979); Pároco de Ribeirão Bonito, SP (1979-1981); Primeiro Juiz Auditor da Câmara do Tribunal Eclesiástico de São Carlos (1980-1984) e depois Notário do Tribunal até 1995; Reitor do Seminário de Teologia de São Carlos em Campinas, SP (1982-1986). Foi Pároco de Itajobi e Marapoama (1987-1989), Vigário Cooperador da Catedral de São Carlos (1983-1995), ajudando nas Igrejas de São Benedito e São Judas Tadeu. Foi nomeado Cônego Honorário do Cabido da Catedral de São Carlos, em 19 de março de 1983.
O Santo Padre, o Papa João Paulo II, nomeou Dom Bruno o 4º Bispo Diocesano de Bragança Paulista em 17 de maio de 1995. Foi ordenado Bispo no dia 16 de julho de 1995, na Catedral de São Carlos Borromeu, em São Carlos, SP, sendo sagrante Dom Constantino Amstalden e Bispos Consagrantes, Dom Antônio Pedro Misiara, 3º Bispo de Bragança, e Dom José Antônio Aparecido Tosi Marques, Bispo Auxiliar de Salvador da Bahia. Tomou posse da Diocese em 20 de agosto de 1995. Dom Bruno escolheu como tema episcopal “Nomen Domini Benedictum” – Bendito o nome do Senhor.
Como Bispo de Bragança Paulista foi Assessor da Pastoral da Criança no Regional Sul 1; Bispo representante do Sub-Regional Campinas na representativa do Sul 1; e Membro do Conselho Pastoral do Sul 1 no ano de 1999.
No dia 02 de junho de 2004, o Papa João Paulo II nomeou Dom Bruno Gamberini como 6º Bispo e 4º Arcebispo de Arquidiocese de Campinas. No dia de sua nomeação, entre largos sorrisos, Dom Bruno dizia: “Quando passava pela região de Campinas e via essa enormidade, essa grandeza de povo e de desafios, sempre rezava a Deus pelo novo Arcebispo que o Papa nomearia. E não é que fui eu o escolhido?” Neste dia, Dom Bruno enviou sua primeira mensagem ao povo da Arquidiocese de Campinas:
Irmãos e irmãs,
Amados e amadas em Jesus Cristo.
“Bendito seja o Nome do Senhor agora e para sempre”
A Paz de Cristo a todos.
Tão logo o Sr. Núncio Apostólico no Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri, comunicou-me no dia 25 de maio, que Sua Santidade o Papa João Paulo II, que governa a Igreja em Nome de Jesus, com força do Seu Espírito e com a autoridade do Apóstolo Pedro, chamou-me para o ministério de pastorear a Igreja de Jesus Cristo que está em Campinas, imediatamente supliquei à misericórdia do Pai sobre mim, pecador, e, invocando a proteção da Imaculada Conceição, a Grande Mãe do Filho de Deus e Padroeira desta Arquidiocese, rezei por todo o povo, o Rebanho amado de Jesus desta Igreja Particular. Permaneci estes dias em oração confiante, na espera da publicação oficial no dia de hoje.
De fato “aterroriza-me o que sou para vós, consola-me o que sou convosco: para vós sou o Bispo, convosco sou Cristão”. Aceitei esta incumbência com temor e tremor, confiado apenas no poder de Deus; com boa vontade, sim, e ciente de minha limitação.
Saúdo em primeiro lugar o patriarca desta bela e gloriosa Igreja, Sua Excia. o Arcebispo Dom Gilberto Pereira Lopes. Até hoje, como Bispo Diocesano de Bragança Paulista, era seu Bispo sufragâneo, agora sou seu sucessor pequeno, e esperançoso irmão. Reverencio os Srs. Bispos cujas Dioceses compõem nossa Província Eclesiástica: São Carlos, Piracicaba, Limeira, Amparo e minha querida Bragança Paulista. Reafirmo a comunhão com os Bispos do Sul I e à CNBB.
Abraço meus Padres e meus Diáconos, deixem-me chamá-los assim, meus seminaristas e, cheio de ternura e firmeza no amor, acolho os Religiosos, Religiosas, pessoas consagradas e os cristãos leigos, fiéis em Cristo. Com todos desejo fazer um corpo único na evangelização e estar sempre a serviço para o crescimento do Povo de Deus, com as CEBs, os Movimentos e Pastorais.
Saúdo a todas as excelentíssimas Autoridades e habitantes dos municípios que compõem nossa Arquidiocese: Campinas, Elias Fausto, Hortolândia, Indaiatuba, Monte Mor, Paulínia, Sumaré, Valinhos e Vinhedo, com todas as suas Paróquias, Bairros e Comunidades.
Aos irmãos cristãos de outras Igrejas e Denominações saúdo com afeto e a oração de Jesus: “Pai, que eles sejam um… para que o mundo creia que Tu me enviaste”. A todas as pessoas que professam a existência de Deus e a todos os homens e mulheres de boa vontade cumprimento na esperança de, juntos, construirmos um mundo justo, fraterno e solidário, na verdade e na paz.
Uma saudação especial àqueles que se empenham na política e na educação, aos grandes faróis da ciência e do conhecimento, as Escolas Públicas e Particulares, com destaque à Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUC-Campinas, que nasceu e vive no coração da Igreja, e também à UNICAMP.
Aos profissionais dos Meios de Comunicação Social quero dar-lhes a certeza de que contarão sempre com a Arquidiocese e comigo para o cultivo da verdade e da bondade na informação certa e na formação da reta consciência das pessoas e da sociedade.
Os pobres, doentes, desempregados, os que sofrem, os sem teto e os que labutam nos tantos desafios da grande cidade e do campo, os amados de Deus por primeiro, os mais pequeninos, tenham a confiança de que encontrarão no Arcebispo, Deus me ajude, a presença do pai, o irmão que consola e o trabalhador na construção, através das pastorais sociais, ombro a ombro, de nossa cidade terrena, sinal e esperança da Cidade Eterna e da Mesa em que o Pai reunirá todos os seus filhos e filhas e enxugará as lágrimas dos nossos olhos. Saúdo a todos os trabalhadores e trabalhadoras em todas as profissões, ofícios e serviços.
Sou filho de um operário da indústria metalúrgica e de uma dona de casa. Brasileiro, Católico, paulista de Matão. Venho do Presbitério da Diocese de São Carlos e Bispo de Bragança Paulista. Estas são as minhas credenciais. Sei que nada sou frente à grandiosidade da Metrópole que é Campinas. Sei que sou chamado por Deus, através de João Paulo II, para ser o Arcebispo de Campinas. Sozinho nada posso, no entanto, os fiéis da Igreja de Jesus, o seu Pastor com seu Presbitério, queremos anunciar ao mundo: Somos servidores do Evangelho de Jesus Cristo, com a força do Espírito e o poder do Pai, congregados na Santa Igreja Católica e Apostólica e, contando com o auxílio materno de Maria Imaculada, lançamo-nos à Missão que o Senhor nos propõe, a nós, seus discípulos: “Ide pelo mundo inteiro, fazei discípulos meus todos os povos. Eu estarei sempre convosco. Duc in altum… lançai as vossas redes”.
Peço a todos sua oração.
No dia 19 de junho, no Centro de Pastoral Pio XII, Dom Bruno Gamberini, ainda como Arcebispo Nomeado de Campinas, se reuniu com a Coordenação Colegiada de Pastoral e com os Coordenadores das Pastorais, Equipes, Movimentos e demais Organismos da Arquidiocese. A Coordenação de Pastoral preparou com muito carinho uma breve apresentação da organização e dos trabalhos desenvolvidos pela Igreja de Campinas, ansiosa pelo primeiro contato com o novo Arcebispo.
Dom Bruno viajou para Roma no dia 20 de junho de 2004, onde, na Solenidade de São Pedro, recebeu o Pálio Sagrado, em Missa presidida pelo Papa João Paulo II.
Dom Bruno tomou posse no dia 1º de agosto de 2004, em Missa Solene, às 10h00, na Matriz Nossa Senhora Auxiliadora, no Guanabara, em Campinas, em razão das obras de restauro que estavam sendo feitas na Catedral Metropolitana. Estiveram presentes Dom Gilberto Pereira Lopes, Arcebispo Emérito de Campinas, Dom Lorenzo Baldisseri, Núncio Apostólico, vários Bispos do Brasil, grande número de Presbíteros, Diáconos e Seminaristas, familiares, Prefeitos da região de Campinas, o Exmo. Sr. Vice-Governador do Estado de São Paulo, Dr. Cláudio Lembo, e cerca de 2000 pessoas que acolheram com grande alegria e festa a Dom Bruno.
Neste celebração, Dom Bruno deu mais uma prova de sua grandeza, ao se dirigir a Dom Gilberto, que se tornava Arcebispo Emérito de Campinas: “Ao Exmo. Sr. Arcebispo Dom Gilberto Pereira Lopes, minha gratidão sem limites. A V. Excia. concedo todas as faculdades de Vigário Geral em todas as paróquias e território de nossa Arquidiocese de Campinas”. Dom Bruno sempre demonstrou muito carinho e amor filial a Dom Gilberto, acolhendo-o com ternura e se referindo a ele com muito respeito e admiração.
Ainda em sua Celebração de Posse, Dom Bruno nomeou o Monsenhor José Antônio de Moraes Busch como Vigário Geral, acumulando o cargo de Ecônomo, “ajudando-me na coordenação da Cúria Metropolitana, junto com nosso Chanceler, Padre Julio Cesar Calusni”.
No dia 10 de agosto de 2004, tomou posse como Grão Chanceler da Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUC-Campinas. Na sua mensagem de posse Dom Bruno disse: “Desejo que minha primeira mensagem a esta comunidade acadêmica expresse este mesmo afeto e reconhecimento a esta Instituição e ao trabalho que, com dedicação, aqui vem sendo realizado, ao longo de mais de 60 anos, como um importante trabalho de Igreja. De modo particular, sinto que esta Universidade nasceu do coração da Igreja, do coração da Igreja de Campinas, e recebeu do coração de Monsenhor Salim e do Excelentíssimo Arcebispo Emérito de Campinas e Grão-Chanceler da PUC-Campinas, Dom Gilberto Pereira Lopes, todo cuidado, respeito à comunidade e amor que tem à Igreja (…). Como Pastor desta Igreja, aqui estou para integrar-me nesta caminhada, desejando contribuir para que a nossa PUC possa, cada vez mais, responder aos desafios de sua identidade e missão”.
A primeira Missa oficial presidida por Dom Bruno em Campinas foi na Catedral Metropolitana, no dia 15 de agosto de 2004, às 09h30. Após a Missa, Dom Bruno e todos os convidados fizeram uma visita oficial às obras de restauro que estavam sendo realizadas na Catedral. Começava, aí, uma maratona sem fim, que alegrava sobremaneira a Dom Bruno. Ele sempre fez questão de estar presente nas Comunidades e Paróquias, nas festas dos padroeiros, nas investiduras de ministros, na administração do Sacramento da Crisma, nas Missas das Comissões e Movimentos da Arquidiocese, pois dizia que o povo quer ver o Bispo, sentir a presença do sucessor dos Apóstolos. Atendia a todos com um sorriso paterno, um cumprimento, um abraço.
Quando Dom Bruno assumiu a Arquidiocese de Campinas, o 6º Plano de Pastoral Orgânica havia sido publicado há pouco, no dia 03 de agosto de 2003, para o período de 2003 a 2006. Com muita humildade e sabedoria pastoral, Dom Bruno assumiu os trabalhos que vinham sendo feito em Campinas e, como ele mesmo definiu, “os meus projetos e os meus planos para Campinas são trabalhar com os meus padres; eu tenho que aprender em Campinas. Eu não tenho proposta pronta nenhuma, a não ser trabalhar juntos. Eu sou, como na parábola de Jesus Cristo, o operário da última hora. Tanta gente já trabalhou desde que a Diocese foi criada em 1908 e estamos a apenas quatro anos da celebração do Centenário. E agora chega mais um operário, que foi chamado na última hora e que recebe o mesmo pagamento dos outros que trabalharam tanto. Como isso é bonito! Eu quero entrar e fazer parte da história de Campinas, essa história bonita e gloriosa de uma Igreja linda, que é a Arquidiocese de Campinas”.
Dom Bruno assumiu o trabalho e a organização eclesial da Arquidiocese de Campinas, com os Conselhos existentes e a Coordenação Colegiada de Pastoral, órgão máximo na definição das linhas pastorais da Igreja de Campinas. Criou, unicamente, a Coordenadoria de Pastoral, um órgão consultivo do Arcebispo, com a participação dos Vigários Gerais, do Coordenador de Pastoral e dos Vigários das Regiões Pastorais e das Foranias.
Na Cúria Metropolitana, Dom Bruno continuou o atendimento, jamais de furtando a atender quem o procurasse. Padres, políticos, pessoas que queriam conversar, conhecer o Arcebispo, confessar, pedintes, ele recebia a todos com o mesmo sorriso e atenção.
No dia 03 de outubro, estreou um programa o programa Deus nos fala, pela TV Século XXI, apresentado aos sábados e domingos, com uma mensagem clara e profunda do Evangelho do domingo.
No período de 12 de outubro de 2004 a 12 de outubro de 2005, foi realizada em Campinas a peregrinação com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, uma fac-símile trazida do Santuário Nossa Senhora da Aparecida, quando da peregrinação da Arquidiocese à casa da Mãe Aparecida, no dia 16 de maio de 2004. Todas as Paróquias receberam a visita da imagem, culminando com uma grande festa de encerramento, no Estádio Moisés Lucarelli no dia 12 de outubro de 2005, com Missa presidida por Dom Bruno.
Dom Bruno recebeu, no dia 08 de dezembro de 2005, o Título de Cidadão Campineiro, concedido pela Câmara Municipal de Campinas, por Projeto de Decreto Legislativo, de autoria do vereador Rafael Zimbaldi. O título foi entregue no início da Missa de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira da Arquidiocese e da cidade de Campinas, celebrada na Catedral Metropolitana.
No dia 19 de junho, Dom Bruno começou a participação na Rádio Brasil de Campinas, com o programa Mensagem de Fé. Diariamente, por cinco minutos, fazia a leitura e reflexão do Evangelho do dia. Este programa passou a incorporar o Programa Povo de Deus, também veiculado diariamente pela Rádio Brasil, e a ser postado, com antecedência, no site da Arquidiocese de Campinas. Várias emissoras de Rádio, de todo o Brasil, passaram a retransmitir o Mensagem de Fé.
A Arquidiocese de Campinas caminhava rumo ao seu Centenário. Assim, Dom Bruno, juntamente com a Coordenadoria e a Coordenação de Pastoral decidiram pela realização de um Ano Jubilar, com o tema Cem anos em Missão neste chão!
Ficou determinado que o Centenário da Diocese de Campinas seria marcado por três momentos fortes, chamados de Monumentos: Monumento da Fé, da Esperança e da Caridade.
O Monumento da Fé foi o da Palavra de Deus, com a impressão e distribuição de 100 mil Bíblias com o Encarte da Arquidiocese. O Monumento da Esperança foi um ano especial de Oração, em todas as Comunidades, iniciando no dia 1º de junho de 2007 e se estendendo até 2008, com o encerramento na Missa de Nossa Senhora Aparecida, na Praça Arautos da Paz, com a presença de mais de 50 mil pessoas. O Monumento da Caridade foi a compra de um sítio, próximo ao Centro de Detenção, em Hortolândia, que, em razão dos altos custos, continuam a ser adaptados para o acolhimento de irmãos e irmãs necessitados.
Durante todo esse Ano Jubilar, Dom Bruno realizou uma Visita Pastoral a todas as Paróquias da Arquidiocese, com o objetivo de traçar um panorama da realidade local nas dimensões pastoral, litúrgica e administrativa. Ao final de cada da visita, Dom Bruno entregava um relatório com as suas observações.
Encerrando as festas do Centenário da Arquidiocese de Campinas, no dia 08 de dezembro de 2008, Dom Bruno publicou uma Carta Pastoral com o objetivo principal de:
…conclamar nossa Igreja para que se una e intensifique sua comunhão e participação em todos os setores da vida eclesial, da pastoral e, mormente no elã missionário que deve nos animar. Meu objetivo primordial é oferecer a todos, pontos luminosos que devem nortear nosso trabalho pastoral, no cumprimento do objetivo geral da pastoral de nossa Igreja e em nossa ação evangelizadora.
Pastoral não se faz por decreto, lembrou Dom Gilberto em sua Carta Pastoral por ocasião dos 70 anos de criação de nossa Diocese em 1978. E eu acrescento, nem com legislação eficiente, ou plano de pastoral apropriado, bem escrito, mas com a adesão de corações repletos de fé e esperança, que desejam praticar a caridade, sendo que a primeira caridade é o anúncio do Evangelho, a que o plano de pastoral deve servir. Que sejamos unidos no essencial em meio á pluralidade de ações evangelizadoras que a realidade nos for apontando a cada dia. Unidade na pluralidade: programa comum percorrido por caminhos diversos, eis nosso desafio.
Que vocês possam receber esta carta, como uma mensagem de amor e solicitude do pastor que deseja ardentemente ver cada um de vocês transformados em carta viva de Nosso Senhor Jesus Cristo, missionários e missionárias do Evangelho: “Carta escrita nos corações, conhecida e lida por todos os homens” (2Cor. 2,2).
A partir das Visitas Pastorais de Dom Bruno a toda a Arquidiocese nos anos de 2007 e 2008, com as Festividades do Centenário de nossa Igreja Particular e a Carta Pastoral, foram encaminhados, pela Coordenação de Pastoral, os trabalhos para a confecção do 7º Plano de Pastoral da Arquidiocese de Campinas, baseados nos estudos realizados pelos Blocos Temáticos, partilhados em grandes encontros arquidiocesanos. Essas reuniões motivaram a participação de todas as instâncias na elaboração das proposições aprovadas com muita alegria na Assembleia de nossa Igreja, realizada aos 07 de novembro de 2009. O 7º Plano de Pastoral da Arquidiocese de Campinas foi entregue por Dom Bruno na Missa da Quinta-feira Santa, no dia 1º de abril de 2010, na Catedral Metropolitana.
Dom Bruno esteve sempre entusiasmado com a implantação do Plano de Pastoral. Fazia continuamente alusão aos três eixos articuladores que foram assumidos pela Igreja de Campinas: Acolhedora, Renovada e Solidária.
Dom Bruno foi, pela sua dedicação, trabalho e amor à Igreja de Jesus Cristo e a seu rebanho, um digno sucessor dos Bispos que fizeram história em Campinas. Sua simpatia e simplicidade foram marcantes e cativaram a Arquidiocese de Campinas e todo o Brasil.
Marcante, também, na vida de Dom Bruno foi a preocupação com o povo que lhe foi confiado para pastorear. Dizia sempre aos seus padres e diáconos para estar no meio do povo, sentindo as suas aflições e necessidades, buscando sempre consolar, acudir e ser presença humana, principalmente junto aos que sofrem. Da mesma maneira, sempre pediu ao povo que acolhesse, com carinho, os padres e diáconos a eles confiados. Seu amor e sua preocupação pelos seus filhos eram imensos. Incentivou e dava enorme importância às Semanas de Estudo do Clero, realizadas no primeiro semestre do ano, e aos Retiros Espirituais, realizados no segundo semestre.
Jamais se furtou a se posicionar sobre a realidade, como autêntico discípulo missionário de Jesus. Através de artigos publicados em jornais, entrevistas aos Meios de Comunicação ou pelo site da Arquidiocese, tinha uma palavra refletida a partir do Evangelho. Nunca deixou de atender aos profissionais de imprensa, pois dizia da importância dos veículos de comunicação na divulgação da Palavra de Deus, que chega onde a Igreja, muitas vezes, não tem como chegar.
Dom Bruno sofria, já há algum tempo, com o diabetes.
No dia 20 de junho passado, três dias antes da Solenidade de Corpus Christi, Dom Bruno foi internado no Hospital e Maternidade Celso Pierro, da PUC-Campinas, em razão de uma indisposição. Foi diagnosticado o quadro de encefalopatia que em razão do mal funcionamento do fígado, as toxinas afetam o cérebro, causando dormência e esquecimento. Seu quadro se agravou, com a falência dos rins e fígado, ficando por dois dias em coma na Unidade de Terapia Intensiva Adulto.
Com a graça de Deus, se recuperou e na tarde dia 23 de junho, Corpus Christi, foi liberado do Hospital e passou a se recuperar na casa do saudoso Monsenhor José Antônio de Moraes Busch, tendo em vista a necessidade de tranquilidade absoluta e o monitoramento constante de seu estado de saúde.
No dia 17 de julho, Dom Bruno voltou a ser internado na Unidade de Terapia Intensiva Adulto do Hospital e Maternidade Celso Pierro, com o quadro de encefalopatia, mas mantinha-se acordado, consciente, lúcido e conversando. Alimentava-se sozinho e seus sinais vitais estavam dentro da normalidade. Permaneceu internado até o dia 19 de julho, quando foi liberado e voltou para a sua residência particular, acompanhado por sua sobrinha, Carolina.
Na noite de 22 de agosto, rompeu-se uma veia do seu esôfago, causando uma grande hemorragia. Dom Bruno foi imediatamente levado ao Hospital e Maternidade Celso Pierro, onde ficou internado na Unidade Coronária (UCO). Na madrugada de 26 de agosto, às 02h30, foi transferido para o Hospital Bandeirantes, em São Paulo, para ser acompanhado por uma equipe de hepatologistas.
Na tarde de domingo, dia 28 de agosto de 2011, às 15h00, Dom Bruno faleceu em decorrência de falência de múltiplos órgãos.