Dom Paulo de Tarso Campos †
1º Arcebispo Metropolitano de Campinas - 1941 a 1968 - 3º Bispo de Campinas e Bispo de Santos, SP
Filho de José Vicente de Campos e de Ana Guilhermina Mendonça de Campos, Dom Paulo de Tarso Campos nasceu em Jaú, SP, em 24 de agosto de 1895. Seus primeiros estudos foram realizados no Grupo Escolar Pádua Sales, de Jaú, e na Escola Modelo Caetano de Campos, em São Paulo. Realizou seus estudos eclesiásticos no Seminário Menor de Pirapora e no Seminário Provincial de São Paulo, onde completou os estudos de Filosofia e Teologia.
No dia 15 de agosto de 1920 foi ordenado sacerdote, na Igreja da Consolação, em São Paulo, por Dom José Marcondes Homem de Mello. Desde muito jovem foi vice-comissário da Venerável Ordem Terceira do Carmo, cooperando com Monsenhor Manfredo Leite, e Coadjutor da Paróquia de Bragança, do então Vigário, Padre José Carlos Aguirre, depois Bispo de Sorocaba. De 1923 a 1928 exerceu o magistério no Seminário Provincial de São Paulo, seguindo depois para Lovainam na Bélgica, onde especializou-se em Ciências Sociais.
De volta ao Brasil, em 1931, reassumiu a sua cadeira no Seminário e em 1º de março de 1932 foi nomeado Pároco da Paróquia Santa Cecília, cuidou especialmente da vida religiosa e da formação dos jovens universitários.
No dia 1º de junho de 1935 foi nomeado pelo Papa Pio XI como Bispo de Santos, SP, recebendo a ordenação episcopal no dia 14 de julho de 1935, na Igreja Santa Cecília, em São Paulo, das mãos de Dom Duarte Leopoldo e Silva, sendo co-sagrantes Dom José Carlos Aguirre e Dom José Gaspar de Afonseca e Silva. Seu lema Episcopal era
Ominia in Christo – Tudo em Cristo.
Em Santos dedicou-se inteiramente à evangelização dos estivadores e da imensa população do litoral, superando todas as dificuldades de transporte. Desempenhou importante missão junto aos índios caiçaras, criando, em 1939, a Assistência ao Litoral Anchieta – ALA, com o objetivo de fazer um levantamento das condições de alfabetização, higiene, habitação, saúde, mortalidade infantil, entre outros, além de zelar pelo bem espiritual entre as populações indígenas. Envolveu nesta tarefa jovens da cidade dispostos a enfrentar dificuldades para levar o conforto físico e espiritual aos indígenas.
Em 17 de dezembro de 1941, após a morte de Dom Barreto, foi nomeado Bispo de Campinas, tomando posse no dia 1º de março de 1942.
Dom Paulo chegou a Campinas por ocasião do Congresso Eucarístico Diocesano, assumindo todos os seus preparativos e realização, transformando-se no “Bispo da Eucaristia”. Realizou, ainda, cinco Congressos Eucarísticos Regionais, nas cidades de Piracicaba, Amparo, Mogi Mirim, Pirassununga e Rido Claro, além do Congresso Provincial em 1946. Foi uma das resoluções do último Congresso a Obra da Adoração Perpétua, instalada provisoriamente na Capela-Mor da Catedral até a construção do Templo Votivo, na Rua Regente Feijó, em terreno cedido por Dona Odila Ferreira Alves.
Outro Congresso que teve importante repercussão foi o da Ação Católica, realizado em junho de 1947, com a presença do Cardeal Dom Antônio Caggiano, então Bispo de Rosário e depois Bispo de Buenos Aires, na Argentina, com quem promoveu contatos, enviando grupos de estudo e observação.
Trabalhou pela criação da Diocese de Piracicaba, reajustando seus limites territoriais; construiu novos prédios para a Residência Episcopal, Cúria, Centro de Pastoral Pio XII e reformou a Catedral. Incentivou a ampliação de Faculdades na Universidade Católica, incorporou o Colégio Pio XII à Universidade, reorganizou as Vigararias e a Imprensa, organizou a Cruzada das Senhoras Católicas com várias obras assistenciais e criou o Museu Arquidiocesano, em 1964.
Com a realização do Concílio Vaticano II, Dom Paulo deu grande impulso à Pastoral, criando o Conselho de Presbíteros e o Secretariado com Coordenação pastoral; iniciou a renovação da Catequese, formando pessoal especializado e realizando cursos de atualização, Congressos Catequéticos e apoiando o Centro
Lumen Christi, organizado pela Congregação do Santo Sepulcro. Incentivou a renovação e a pastoral litúrgica. Apoiando o Curso Mundo Melhor, abriu caminhos para a participação dos leigos na Igreja, o Apostolado Leigo e a Ação Católica; fez inúmeras visitas pastorais, acompanhando de perto o trabalho e a vida dos padres.
Preocupado com o problema vocacional, reestruturou a Obra das Vocações Sacerdotais, acolhendo na diocese um grande número de Congregações Religiosas Masculinas que assumiam também as paróquias. O Clero Diocesano cresceu de 34 para 105 sacerdotes, tornando-se o clero mais jovem e mais numeroso da região.
Com a criação da Arquidiocese e Província Eclesiástica de Campinas, Dom Paulo foi elevado a Arcebispo Metropolitano no dia 16 de novembro de 1958, quando recebeu o Pálio das mãos de Dom Armando Lombardi, Núncio Apostólico.
Dom Paulo recebeu, no dia 22 de novembro de 1962, Dom Bernardo José Bueno de Miele como seu Auxiliar, que foi nomeado em 10 de fevereiro de 1966 para a Arquidiocese de Ribeirão Preto. Com a saída de Dom Miele, Dom Antônio Maria Alves de Siqueira foi nomeado Arcebispo Coadjutor com direito à sucessão de Dom Paulo.
No dia 27 de setembro de 1968 o Papa Paulo VI aceitou o pedido de renúncia de Dom Paulo por motivos de saúde, embora ainda estivesse muito lúcido para o exercício de seu ministério.
Como escreveu em carta ao povo de Campinas, iria retirar-se “à humildade de seus dias”. Faleceu no dia 02 março de 1970, em sua residência particular, sendo sepultado na cripta da Catedral.