Dom Joaquim José Vieira †
Bispo do Ceará, CE
Nasceu em Itapetininga, SP, no dia 17 de janeiro de 1836. Foram seus pais Manoel José Vieira e Maria Teolinda de Souza. Em maio de 1857, matriculou-se no Seminário de São Paulo dos Capuchinhos, sendo ordenado Presbítero em Itu, no dia 25 de março de 1860.
Em agosto de 1860 foi nomeado Vigário da Matriz Velha de Campinas, cargo que exerceu de 02 de setembro de 1860 a abril de 1864, tendo que deixar o Vicariato por problemas políticos, mas permanecendo em Campinas, sendo chamado pelo povo de “o Vigarinho”. Nessa época empenhou-se na construção da Santa Casa de Misericórdia de Campinas, obra que foi iniciada em 19 de novembro de 1871 e concluída em 16 de agosto de 1876.
Indicado para o Bispado do Ceará por Decreto Imperial em 03 de fevereiro de 1883 e confirmado pelo Papa Leão XIII a 09 de dezembro do mesmo ano, foi sagrado Bispo na Matriz Paulista da Conceição, pelo Bispo Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, no dia 22 de novembro de 1883.
Tomou posse da Diocese no dia 24 de fevereiro de 1884, data em que chegou a Fortaleza. Após 30 anos de fecundo episcopado, pediu sua renúncia em 16 de setembro de 1912, embora permanecesse no Ceará até 1914, quando decidiu voltar para Campinas, residindo na Santa Casa.
Faleceu em Campinas, no dia 08 de julho de 1917, sendo os seus restos mortais sepultados defronte a Santa Casa, onde se ergue um monumento em sua memória. Depois, seus restos mortais foram transportados para a Cripta da Catedral de Campinas.
Dom Joaquim era Prelado Assistente do Sólio Pontifício, Comendador de Cristo e pertencia ao Conselho de Sua Majestade o Imperador.
Entre suas realizações no Ceará, podemos mencionar a organização do Sínodo Diocesano com o intuito de elaborar um código de leis eclesiásticas que servissem de normas à sua administração, ao exercício da paróquia e aos demais ministérios da vida sacerdotal, pois considerava que as Constituições do Arcebispado da Bahia, que ainda regiam as Províncias do norte, eram ultrapassadas. Foi por esse motivo que convocou o clero para o Sínodo Diocesano reunido a 31 de janeiro de 1888.
Além disso, Dom Joaquim preocupou-se, desde que assumiu a direção da Diocese, com a situação do clero, especialmente pela sua assistência na doença e na velhice. Criou então a Sociedade chamada “União do Clero” instalada em 30 de março de 1884, que continuou sua missão até 1960. Seus estatutos foram redigidos pelos padres João Augusto da Frota, Bruno Figueiredo, Liberato Dionísio da Costa e José Barbosa de Jesus.
Devemos lembrar que durante essa época, a separação da Igreja do Estado durante o Regime Republicano levou Dom Joaquim a lançar as bases para formação de um patrimônio da Igreja que permitisse a sustentação do clero. Toda essa preocupação com o clero era visível também em sua convivência com os padres de sua Diocese.